terça-feira, 21 de março de 2023

Nota da CPT-MG em repúdio à violência e injustiça agrária do governador Zema em Minas Gerais

 

Malditas sejam todas as cercas!Malditas todas as propriedades privadas que nos privam de viver e de amar!Malditas sejam todas as leis, amanhadas por umas poucas mãos, para ampararem cercas e bois e fazerem da terra escrava e escravos os homens! (D. Pedro Casaldáliga)

Ai daqueles que fazem decretos iníquos e daqueles que escrevem apressadamente sentenças de opressão, para negar a justiça ao fraco e fraudar o direito dos pobres do meu povo, para fazer das viúvas a sua presa e despojar os órfãos” (Profeta Isaías 10,1-2).

A Comissão Pastoral da Terra, Regional Minas Gerais (CPT/MG), reunida em Conselho nos dias 17, 18 e 19 de março de 2023, em Sabará-MG, vem por meio desta manifestar seu repúdio veemente à política violenta do Governador de Minas Gerais, Romeu Zema, contra os pobres do campo, os Povos e as Comunidades Tradicionais, os sem terras e os camponeses e as camponesas. As mensagens divulgadas oficialmente pelo Governador de Minas Gerais e a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) revelam apenas parte da política de violência desse governo, que estimula ações injustas e ilegais, de mãos dadas com a ideologia ditadura e o autoritarismo. De forma inconstitucional, Zema ataca um instrumento de luta popular que é a ocupação de terras devolutas e improdutivas, “propriedades” que não cumprem sua função social, que, segundo a Constituição de 1988, devem ser destinadas para Reforma Agrária. E ele vai além, quando estimula a violência contra pessoas que “acampam” ou “aglomeram” nas beiras das estradas, assim atiça os grupos armados para cometer crimes e injustiças, como vimos ocorrer nos últimos quatro anos sob o manto do fascismo.

O Estado de Minas Gerais tem sido nos últimos anos o campeão em trabalho análogo à escravidão, e esta brutal violência conta com a omissão e a cumplicidade do Governador, que defende os setores que destroem a natureza e precarizam de forma extrema a mão de obra. Zema protege os grandes proprietários que escravizam pessoas e as mineradoras que cometem crimes inimagináveis, como as criminosas reincidentes mineradoras Samarco e a Vale S/A. Zema governa beneficiando as grandes mineradoras que, como dragões do Apocalipse, continuam fazendo mineração predatória, mesmo após dois grandes crimes/tragédias cometidos pelas mineradoras Samarco, Vale e a anglo-australiana BHP Billiton (Mariana – 2015) e pela Vale (Brumadinho – 2019).  A violência do Estado, através da Policia Militar (aparelho repressor) tem crescido, o que é inadmissível.

Em 2014 foi criada a Comissão Estadual para o Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais (CEPCT). Nos últimos anos, a CEPCT tem reconhecido novas identidades de Povos e Comunidades Tradicionais, porém o governador não tem realizado a emissão dos Certificados (selos) para entrega do Certificado de Autodeclaração às Comunidades Tradicionais e, assim, tem violado direitos inscritos na Constituição Federal e emTratados Internacionais como a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) da Organização das Nações Unidas (ONU).

O discurso do Governador Romeu Zema: “Nós fazemos questão de dar paz para o homem do campo, através de uma segurança reforçada e também inibindo qualquer tipo de invasão. Cerca existe para ser respeitada. Aqui em Minas não vamos tolerar invasão. O homem do campo precisa de segurança e paz para trabalhar …” apenas reforça a sua política da morte, dos privilégios e das benesses aos grileiros de terras, que sustentam o sistema coronelista dos grandes latifundiários do agronegócio e das empresas mineradoras, siderúrgicas e monocultoras de eucalipto. Sua antipolítica reforça a concentração de terras, de poder e de destruição ambiental, e ameaça os povos e as comunidades que produzem alimentos e lutam por um lugar para viver.

Zema esquece de dizer que em pleno  2023, o Programa de Proteção aos Defensores e Defensoras de Direitos Humanos de Minas Gerais (PPDDH-MG) tem quase 100 lideranças ameaçadas de morte; 13 indígenas e 23 quilombolas que são acompanhados pelo PPDDH, e que o Governo de Minas em 2022, por meio da polícia militar, foi um dos Estados que mais realizou ações de violência contra as populações do campo, ficando atrás somente dos latifundiários que, no Norte de Minas, possuem milícias armadas.

O Governador Zema garante a segurança e paz para os grandes fazendeiros, porém, não oferece essa mesma garantia para homens e mulheres que trabalham no campo, pois nos últimos 10 anos, ou seja, desde 2013, Minas Gerais tem sido o estado com maior índice de trabalhadoras e trabalhadores resgatados em situação de trabalho escravo pelo Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM). Em 2022 foram 1.070 pessoas libertas do trabalho escravo em Minas Gerais. O Governador deveria solicitar ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA-MG) a desapropriação destas fazendas para fim de reforma agrária e à Polícia Civil a prisão dos envolvidos no crime de trabalho escravo, conforme prevê o Artigo 243 da Constituição Federal. 

Paz no campo é nosso sonho, mas só teremos quando houver justiça agrária e socioambiental, o que exige a superação do latifúndio e do coronelismo em Minas Gerais, estado que tem 22,2% do seu território como terras devolutas todas griladas por empresas eucaliptadoras. Ocupar propriedades que não cumprem função social não é invasão, é OCUPAÇÃO, instrumento de luta por direito à terra já reconhecido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) como legítima e necessária para forçar o Estado a cumprir suas obrigações constitucionais. Cerca injusta não deve ser respeitada, conforme denuncia o profeta dom Pedro Casaldáliga: “Malditas sejam todas as cercas! Malditas todas as propriedades privadas que nos privam de viver e de amar! Malditas sejam todas as leis, amanhadas por umas poucas mãos  para ampararem cercas e bois e fazer a Terra escrava e escravos os humanos!”

Comissão Pastoral da Terra (CPT-MG)

Belo Horizonte, MG, 21 de março de 2023.

sábado, 11 de março de 2023

Termina a Etapa Continental do Sínodo - Regional do Cone Sul

 

Participantes da Etapa Cone Sul do Sínodo - Foto CELAM

Assembleia do Cone Sul, da Fase Continental do Sínodo 2021-2024 foi realizada em Brasília de 6 a 10 de março, concluindo assim as Assembleias Regionais do nosso Continente Latino Americano. A assembleia de Brasília contou com a participação de 180 representantes da Igreja Católica da Argentina, Chile, Paraguai, Uruguai e Brasil. A iniciativa faz parte da série de quatro encontros promovidos pelo Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho (CELAM), é parte do processo convocado pelo Papa Francisco, cujo tema é "Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão».

Continuidade do processo sinodal:

Na sequencia, a Equipe da Fase Continental se reunirá com delegados para redigir a Síntese Continental de 17 a 20 de março em Bogotá, Colômbia. E de 21 a 23 de março, os secretários gerais, pessoalmente, e os presidentes das conferências episcopais, virtualmente, farão uma releitura colegiada da experiência sinodal vivida, a partir de seu carisma e responsabilidade específicos, mas respeitando o processo realizado e sendo fiéis ao diferentes vozes do Povo de Deus.

Antes de 31 de março de 2023, este documento será enviado à Secretaria Geral do Sínodo para formar, juntamente com os dos outros seis continentes, a base do Instrumentum Laboris da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, que terá sua primeira sessão em outubro deste ano e sua segunda sessão em outubro de 2024.

Metodologia:

Na América Latina e no Caribe foram realizados quatro encontros, de 13 de fevereiro a 10 de março, regiões Centroamérica - México foi em El Salvador, Caribe na República Dominicana, Bolivariana em Quito e Cone Sul em Brasília. Foram reuniões exclusivamente presenciais, cada uma com composição eclesial de 55% leigos e 45% bispos, sacerdotes, diáconos e vida religiosa. Foi utilizada a metodologia da “Conversa Espiritual”, ferramenta de discernimento comunitário, baseada na escuta ativa e receptiva com foco na partilha do que toca aos participantes mais profundamente.

Conversa Espiritual: 

Em Brasília os facilitadores do método são os padres Miguel Martins Filho, jesuíta e atual diretor do Centro Cultural de Brasília (CCB), e Óscar Martín, também jesuíta, explicaram como é a dinâmica da “Conversa Espiritual”. Segundo padre Miguel: “Não se trata de simples discussões de ideias, mas de compartilhar a partir da própria experiência espiritual a oração sobre o tema do Sínodo”. Este método foi vivido no Caribe, Equador, México e foi também aplicado na Assembleia do Cone Sul

Padre Miguel destacou que a conversa tem três rodadas e que o processo dura aproximadamente uma hora e meia. Na primeira rodada, por exemplo, todo mundo fala e todo mundo ouve. A ideia é que cada membro fale sobre os sentimentos vivenciados durante o momento de oração pessoal. “Não se trata de ideias sobre o assunto, mas de sentimentos”, acrescenta.
Em seguida, na segunda rodada, o grupo faz uma pausa para anotar o que ouviu e depois compartilhar suas impressões. “O aspecto mais importante do método é a escuta ativa e eficaz”, explicou Padre Miguel. No terceiro momento, um diálogo espiritual no qual se identificam as questões mais urgentes.

«Há três rodadas em que aprofundamos o que rezamos. O mais interessante do método é que ele não fica só nas ideias, nem na discussão de pautas e propostas; o importante é estar em movimento de escuta – escuta do Espírito. O importante é estar em movimento de escuta – escutando o Espírito. E aí vamos exercitar a capacidade de ler os sinais que a realidade nos vai trazendo, atendendo aos diferentes contextos e vivências pessoais de cada membro”, concluiu.

A metodologia da conversa espiritual, na Assembleia do Cone SUL, contou com 21 grupos, nos quais foram divididos os 180 participantes.
Fonte: informes do CELAM









sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

IV ROMARIA PELA ECOLOGIA INTEGRAL A BRUMADINHO


 Memória, Justiça e Esperança

Nos aproximamos do dia 25 de janeiro, data em que a Região Episcopal Nossa Senhora do Rosário, em parceria com diversos movimentos e organizações, realiza a Romaria pela Ecologia Integral a Brumadinho, em memória das 272 joias que tiveram suas vidas precocemente ceifadas pela tragédia-crime da Vale, ocorrido em 2019. 

25 é todo dia! A romaria é também momento de denúncia da impunidade e de fortalecimento do clamor das atingidas e atingidos por justiça perante o crime e sua continuação, que segue maltratando Brumadinho e as demais comunidades da Bacia do Paraopeba.

Caminhamos como semeadores da esperança, anunciando um novo modo de vida, pautado na fraternidade e no cuidado com a nossa Casa Comum.

25 de janeiro de 2023

Participe conosco!

segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

Nota de Repúdio dos Franciscanos e Franciscanas


O Serviço Franciscanos de Justiça Paz e Ecologia, da Conferencia da Framília Franciscana do Brasil, emitiu uma nota pública condenando os atos terroristas praticados por bolsonaristas radicais ontem, 08/01/23, em Brasília (DF). Também convida a todos e todas a participar dos diversos atos em defesa da Democracia marcados para o final da tarde de hoje, segunda, 09/01/23, em todas as capitais e principais cidades do país. Confira a nota, na íntegra: 


NOTA DE REPÚDIO DOS FRANCISCANOS E FRANCISCANAS 

"É URGENTE AGIR CONTRA A BARBÁRIE" 

Hoje assistimos, de maneira estarrecida, os atos terroristas, criminosos e premeditados de grupos bolsonaristas, em Brasília, contra as instituições dos três poderes, símbolos do Estado Democrático de Direito no país. 

É inadmissível qualquer tipo de apoio a esses atos terroristas e de desobediência civil motivados pelo resultado das urnas, descredibilizando a maior expressão democrática: o voto popular.

O reiterado uso de bandeiras e camisetas com as cores históricas do Brasil, é um desrespeito a própria noção de pátria e de nação, já que é sob esse manto que praticam atos de vandalismo e de ridicularização a toda forma de representação e poder público. 

Exigimos que todos os envolvidos neste ato em Brasília e outros, antes da posse, sejam identificados e presos, inclusive mentores e financiadores. Rememoramos, portanto, os atos nazistas em Santa Catarina, o assassinato de militantes e lideranças e o ataque a bens privados e públicos anteriores a tentativa de golpe de hoje; é nossa obrigação como nação e como cristãos que desejam a paz que só pode ser conquistada através da justiça. 

Somos contra qualquer tipo de anistia a quem atenta contra democracia. 

Como franciscanas e franciscanos, cremos que o diálogo e a concórdia são o caminho para uma sociedade onde todos terão seus direitos preservados. O terrorismo e o autoritarismo só levarão os excluídos a sofrerem mais ainda, por isso, queremos gritar: basta, sem anistia a quem atenta contra democracia! 

Convocamos todos, todas e todes, em especial a família franciscana, a agir contra toda forma de barbárie participando dos atos em Defesa da Democracia como resistência popular contra o golpe, nesse dia 09/01 às 18h em todo o Brasil

SINFRAJUPE

Serviço Franciscanos de Justiça Paz e Ecologia 

segunda-feira, 28 de novembro de 2022

Encontro Nacional do SINFRAJUPE - Serviço Interfranciscano de Justiça, Paz e Ecologia

 


“Mais do que nunca é preciso esperançar”
ENCONTRO NACIONAL DO SINFRAJUPE

Aconteceu em São Paulo/SP, nos dias 25 a 27 de novembro, o Encontro Nacional do SINFRAJUPE – Serviço Interfranciscano de Justiça, Paz e Ecologia. O evento reuniu 34 lideranças representantes de diversos ramos da Família Franciscana motivadas pela máxima de que “mais do que nunca é preciso esperançar”. Vindas(os) de Norte a Sul do País, a partir da nova realidade que se abre no país, frente aos retrocessos dos últimos anos no campo ambiental, dos direitos e da democracia. 

O principal objetivo do Encontro foi refletir sobre a trajetória de articulação das franciscanas e franciscanos no Brasil por meio do impulso que oferece o SINFRAJUPE, à luz dos desafios identificados na conjuntura religiosa, social, ambiental, política e econômica. A partir do chão de nossas realidades, o momento permitiu a reformulação da estrutura e prioridades de articulação do movimento para os próximos anos. 

Foram dias de muita reflexão com rodas de conversa, painéis de análise, trabalho em grupos, mística e bons encontros em torno da mesa dos diversos cafezinhos, chimarrão, e demais refeições preparadas pela equipe da Cozinha Solidária do Sefras – Ação Social Franciscana.

O Evento acolheu a participação da Pastora Romi Bencke e do sociólogo Rudá Ricci, que apontaram elementos importantes para atuação no Brasil. Rudá caracterizou o momento histórico a partir de conceitos como “fascismo”, fortalecido nos últimos anos de forma organizada e perigosa. Por outro lado, indicou que, com a vitória de Lula, agendas urgentes devem ser priorizadas, pós eleições. Já a Pastora concentrou a análise em elementos para o enfrentamento do ultraconservadorismo, como uma agenda contínua de mobilização, incidência e da importância de se criar novos conceitos e linguagens que converse com o desejo e realidade das pessoas. 

A partir destas análises foram organizados quatro grupos para debate sobre agendas contemporâneas e urgentes: Ambiental, Questões Sociais, Diversidade e Mobilização. Os participantes dos grupos foram provocados (as) a responder as seguintes questões: “O que fazer?”, “Como Fazer?” e “Quem fará?”.  Destaca-se que, de modo histórico, foi trabalhada uma prioridade do SINFRAJUPE na atuação pela diversidade, com relatos de violências vividas dentro e fora da Igreja por pessoas negras, mulheres e LGBTQIA+. Além disso, a mobilização por meio da comunicação foi pautada como atividade central para apresentar contraposição ao avanço neoconservador e fascista na ocupação dos espaços, da sociedade e da Família Franciscana, principalmente por meio da internet.  

O resgate histórico, tão importante para a fidelidade ao ideal de vida franciscano, foi realizado ao longo das atividades por Frei José Francisco Santos, Frei Rodrigo Peret, e Frei Atílio Battistuz, que possuem uma trajetória mais longa no SINFRAJUPE. Frei José disse que “vivemos em um novo tempo. É necessário novas formas de enxergar e refletir, assim como nossa forma de estar e de se organizar nas diferentes realidades”. Frei Rodrigo colabora ao afirmar que “o SINFRAJUPE é o espaço de fraternidade daqueles que assumem o dever de defender a vida acima de tudo. É porto seguro que acolhe na chegada e que envia à missão ”. Frei Atílio, na manhã do terceiro dia, destacou que “esta articulação produz uma espiritualidade diferente e isto tem que nos orientar e nos motivar sempre”. 

No final do encontro, foi elaborada e aprovada uma Carta Aberta a respeito dos atos de violência armada ocorridos nos últimos dias no Espírito Santo e Rio de Janeiro. Também foram pactuadas todas as propostas apresentadas pelas discussões realizadas, com objetivo de estabelecer um método de organização e responsabilidades a serem firmadas pelas pessoas que compõem o SINFRAJUPE, que passa a ser organizado por três Comissões (Meio Ambiente, Combate à Fome e Diversidade), bem como um Grupo de Trabalho (Mobilização e Comunicação). As pessoas eleitas durante o encontro como coordenadoras destes grupos formarão, juntamente com a Executiva do Sinfrajupe, uma Equipe de Articulação responsável por dar coesão às atividades e deliberar os direcionamentos de atuação.

A proposta é que as Comissões e GT sejam ampliados com participações de franciscanos e franciscanas engajadas(os) nessas questões temáticas e que possam participar no desenvolvimento das ações. Como forma de registrar a estrutura pactuada coletivamente, será elaborado planejamento de cada um dos subgrupos, a ser apresentado para a equipe de articulação no início do próximo ano. A partir dessas contribuições, o Sefras se comprometeu a elaborar um projeto escrito, a fim de que se obtenha objetivos e resultados de forma orgânica e estratégica. 

Em continuidade ao projeto de reestruturação do Sinfrajupe, será realizado, no segundo semestre de 2023, um novo Encontro Nacional para avaliar a proposta organizativa e deliberar acerca da funcionalidade do modelo experimentado. 

Finalizou-se o evento com as esperanças alimentadas e as forças renovadas para franciscanas e franciscanos representantes de tantos gritos da Terra e dos pobres. O envio para a missão foi conduzido em sintonia ao início do Advento, que convida à reflexão e preparação para a chegada da Boa Nova. Motivadas e motivados pela espera de Deus, que em Jesus, se fez pequeno e pobre para nascer em uma estrebaria, as(os) participantes, em unidade, voltaram para as suas realidades encharcadas(os) pela vivência da fraternidade e impulsionadas(os) a serem instrumentos de Justiça, Paz e Ecologia.

SINFRAJUPE

domingo, 13 de novembro de 2022

Secretário Geral da Comissão de Ecologia Integral e Mineração da CNBB sofre ameaça de morte

 

Dom Vicente Ferreira

Brasília,  13 de novembro de 2022.


Secretário Geral da Comissão de Ecologia Integral e Mineração da CNBB sofre ameaça de morte

Bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, Dom Vicente Ferreira, sofreu ameaça de morte por parte de um grupo Bolsonarista enquanto celebrava Missa do Crisma na Paróquia São Caetano, na cidade de Moeda, interior de Minas Gerais. O grupo gritava aos berros “Fora Bispo” e “lá fora vai ser diferente”, chegando aos ouvidos do motorista e segurança que se encontravam ao fundo da quadra poliesportiva – onde a celebração ocorria.

Esse fato está atrelado a realidade nacional que vivenciamos em nossa sociedade onde o ódio e a intolerância política, têm se tornado cada dia mais “aceitável”, em uma sociedade democrática isso não pode ser permitido. 

A atuação singular na defesa de povos e comunidades que estão em conflito com a mineração, principalmente na defesa dos atingidos do rompimento da Barragem da Vale em Brumadinho, também fazem parte do contexto ao qual o Bispo Dom Vicente Ferreira vem sofrendo ameaças.

Nós da Comissão Especial de Ecologia Integral e Mineração (CEEM) da CNBB, da qual o Bispo é Secretário Geral, viemos a público nos solidarizar com Dom Vicente  Ferreira e com a Arquidiocese de Belo Horizonte na pessoa de Dom Walmor Oliveira de Azevedo e repudiar esses posicionamentos extremistas, que não cabem em nossa sociedade, e solicitar que os órgãos do Estado cumpram com o seu dever de proteção e ao mesmo de investigação aos que cometeram esse crime.






domingo, 11 de setembro de 2022

Rompe barragem de mineração na Africa do Sul

Neste 11 de setembro, a história se repete. Ruas inundadas em Jagersfontein, no Estado Livre, na África do Sul, após o rompimento da barragem da mina. Não existem barragens de mineração seguras, existe sim um constante e calculado desrespeito, ads mineradoras, pelos territórios e pela população.

Moradores da cidade mineira de Jagersfontein, no Estado Livre, estão sendo evacuados. A barragem da mina rompeu causando inundações em partes da cidade.

Os relatórios que chegam indicam que várias casas na área residencial próxima de Charlesville já desmoronaram.

FILME DE CELULAR | Inundações na cidade de Jagersfontein por Oupa Kale:

A estrada principal que leva à cidade também está inundada.

As autoridades estão incentivando os moradores a deixar suas casas para salvar vidas.

A cidade mineira está sem energia porque os postes de eletricidade estão desligados e a subestação foi danificada. – Reportagem de Palesa Matshane

FONTE: SBAC NEWS