quarta-feira, 31 de julho de 2019

Comunicado dos Munduruku às autoridades


Carta-denúncia do povo Munduruku, do Pará, denunciando a escalada de violência e abandono do Estado que vêm sofrendo
A nossa autodemarcação e defesa do nosso território continua. Nós o povo Munduruku do Médio e Alto Tapajós continuamos a autodemarcação do nosso território Daje Kapap Eipi, conhecido como Terra Indígena Sawre Muybu. Nós andamos mais que 100 km no nosso território, na terra que já possui o Relatório Circunstancial de Identificação e Delimitação publicado no diário oficial desde abril de 2016. Organizados em 5 grupos– os guerreiros Pusuru KaoPukorao Pik PikWaremucu Pak PakSurup Surup e a guerreira Wakoborun – continuamos defendendo o nosso território sagrado. Assim sempre foi a nossa resistência. Como nossos antepassados sempre venciam as batalhas e nunca foram atingidos pelas flechas dos inimigos, nós também continuamos limpando os nosso picos, fiscalizando, formando grupos de vigilância e abrindo novas aldeais, como Karoebak no Rio Jamanxim.
Durante essa quinta etapa da autodemarcação e nossa retomada, nós encontramos novas aberturas e vários ramais de madeireiros e palmiteiros dentro da nossa terra. Nós expulsamos dois grupos de madeireiros que invadiram o nosso território. Ficamos muito revoltados por ver as nossas árvores derrubadas e as nossas castanheiras como torra de madeira em cima de um caminhão. E nós sabemos que quando retiram madeira, vão querer transformar nossa terra em um grande pasto para criar gado. Por isso, demos um prazo de 3 dias para os invasores retirarem todo o equipamento deles. Nós estávamos armados com nossos cânticos, nossa pintura, nossas flechas e a sabedoria dos nossos antepassados. E com muita pressão, eles passaram a madrugada toda retirando 11 máquinas pesadas, 2 caminhões, 1 quadriciclo, 1 balsa e 8 motos. Todos sem placa. Na retomada, andamos 26 km vigiando os ramais que os madeireiros fizeram no nosso território e bebendo água suja do rio Jamanxim que está poluída pelo garimpo. Sozinhos conseguimos expulsar madeireiros que nem o ICMBIOIBAMA e FUNAI conseguiram. E sabemos que dentro da Flona de Itaituba II, tem pista de pouso.
Os invasores estão matando a nossa vida e derramando a sangue da nossa floresta. A nossa vida está em perigo. Mas por isso, nós vamos continuar mostrando a nossa resistência e a nossa autonomia. Somos capazes de cuidar e proteger o nosso território para nossos filhos e as futuras gerações. Ninguém vai fazer medo e ninguém vai impedir porque nós mandamos na nossa casa que é nosso território. Estamos aqui defendendo o que é nosso e não dos pariwat. Por isso sempre vamos continuar lutando pelas demarcações dos nossos territórios. Nunca vão nos derrubar. Nunca vamos negociar o que é sagrado. Será que vai precisar morrer outros parentes, como aconteceu com a liderança Wajãpi, para que os órgãos competentes atuem?
FONTE: JORNALISTAS LIVRES

segunda-feira, 29 de julho de 2019

Nota do Cimi sobre o assassinato de liderança na Terra Indígena Wajãpi

O Cimi recebe com imensa preocupação e pesar as notícias de ataque de garimpeiros e assassinato de uma liderança do povo Wajãpi, no estado do Amapá. Os discursos de ódio e agressão do presidente Bolsonaro e demais representantes de seu governo servem de combustível e estimulam a invasão, o esbulho territorial e ações violentas contra os povos indígenas em nosso país.

Esperamos que os órgãos e autoridades públicas tomem medidas urgentes, estruturantes e isentas politicamente para identificar e punir, na forma da lei, os responsáveis pelo ataque aos Wajãpi. Esperamos também que o governo Bolsonaro adote medidas amplas de combate à invasão e esbulho possessório das terras indígenas no país.

Por fim, o Cimi exige que o presidente Bolsonaro respeite a Constituição Brasileira e pare imediatamente de fazer discursos preconceituosos, racistas e atentatórios contra os povos originários e seus direitos em nosso país.

Respeite os povos indígenas, presidente Bolsonaro.

Conselho Indigenista Missionário-Cimi

Brasília, 28 de julho de 2019

sábado, 27 de julho de 2019

Contra Crimes Sócioambientais: NOTA DE REPÚDIO DOS CAPUCHINHOS DE MINAS GERAIS

Na penúltima sessão dos trabalhos do XIV Capítulo Provincial dos Franciscanos Capuchinhos de Minas Gerais, os frades fizeram memória dos últimos acontecimentos envolvendo a mineração em nosso estado. Em face de tamanha destruição, os frades manifestam publicamente sua indignação e seu comprometimento com a "casa comum".

Louvado sejas, meu Senhor, por nossa irmã a mãe Terra, que nos sustenta e governa, e produz frutos diversos e coloridas flores e ervas”¹. (São Francisco de Assis) 

Nós somos os primeiros interessados em
deixar um planeta habitável para a humanidade que nos sucederá. Nunca percam de vista este grande horizonte (Papa Francisco, 04/05/2019)

Os frades Franciscanos Capuchinhos de Minas Gerais, em peregrinação ao Santuário Basílica de Nossa Senhora da Piedade, padroeira deste estado, por ocasião do seu XIV Capítulo Provincial, manifestam:

1. O seu repúdio à devastação da Serra da Piedade e seu entorno, patrimônio do povo de Minas, causada pela obra de mineração ali instalada.
2. O seu repúdio aos contínuos crimes humanitários e ambientais, como o rompimento das barragens de rejeitos de Bento Rodrigues, em Mariana, e do Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), que tiraram a vida de centenas de pessoas, dos rios Doce e Paraopeba, de nascentes e do ecossistema.
3. O seu repúdio à política ambiental em curso no Brasil que, em detrimento do bem comum, privilegia o capital internacional.
4. A sua comunhão com a Arquidiocese de Belo Horizonte, na defesa da Serra da Piedade, arquitetura divina.
5. E assume as exortações da encíclica ‘Laudato si’, do Papa Francisco, como norteadoras de sua ação, no que se refere o cuidado da criação.

Belo Horizonte, 25 de julho de 2019, seis meses depois do crime sócio-ambiental da Vale na Região do Paraopeba.

Franciscanos Capuchinhos de Minas Gerais

terça-feira, 23 de julho de 2019

Entrevista com Franciscano que foi preso nos EUA em manifestação contra politica imigratória de Trump

Foto AFP
FotoFREI JOSEPH NANGLE: «A COLABORAÇÃO DOS CATÓLICOS COM O TRUMP É UM ESCÂNDALO»

Frei Joseph Nangle (87) é franciscano, pertence à Ordem dos Frades Menores (OFM) e serviu como missionário na Bolívia por mais de 15 anos, foi por mais 12 co-diretor do Serviço Missionário Franciscano e na última quinta-feira foi preso, juntamente com 70 outros católicos, por protestar contra a política de imigração do governo de Donald Trump.

Frei Joseph Nangle
Frei Joseph agora responde a algumas perguntas sobre pazybien.es e destaca a grave situação em que os migrantes vivem devido às medidas da administração americana.

A partir do carisma franciscano que motiva você a realizar tais ações, mesmo colocando em risco a sua própria segurança?

Obrigado por esta oportunidade de explicar um pouco mais certos esforços franciscanos contra os muitos crimes cometidos pela Administração Trump, particularmente o que fizemos com um grande grupo de católicos Na quinta-feira, 18 deste.

O carisma de São Francisco se presta em nosso tempo, especialmente nos EUA, a ações proféticas contra crimes contra a humanidade feitas por nosso governo neste momento. São Francisco deu o tom a este respeito com sua perigosa viagem ao Egito na época das cruzadas. Nós não podemos fazer menos agora.

Como os franciscanos e franciscanos nos Estados Unidos promovem a cultura do encontro e a integração social dos migrantes?

Em todos os lugares do nosso país, especialmente no trabalho pastoral, o nosso hábito é uma luz e esperança para os irmãos e irmãs da América Latina. Acredito que cada irmão e irmã franciscana percebe o papel crucial que desempenhamos com eles que estão tentando viver em paz em nosso país.

Como os franciscanos de outros países podem se unir e colaborar em suas ações contra as políticas de morte da administração Trump?

É uma questão fundamental. Precisamos de palavras de encorajamento, desafio e até mesmo da demanda dos irmãos de outros países para que joguem mais e mais claramente nossa vocação profética dentro do Império Americano hoje.

Frei Joseph celebrando a Eucaristia

O que você diria aos católicos nos EUA e no resto do mundo que apóiam as políticas de Donald Trump?

A colaboração e apoio ao horror do trumpismo por nossos irmãos e irmãs cristãos / católicos é uma tragédia, um escândalo e algo incrível. É por isso que o exemplo franciscano contra tudo isso é essencial. É uma questão, penso eu, das palavras e ações de Jesus "ai de vós, fariseus".


Podemos ter esperança de que a situação atual possa ser revertida?



Sempre há esperança. Politicamente, ansiamos por uma mudança radical com as eleições de 2020. Em termos de nossa fé, nos consolamos com as palavras de Deus do Profeta Isaías: «Consuelo, Consuelo ... Seu teste acabou. Eu ouvi o clamor do meu povo ».

Você pretende repetir ações como as do Capitólio? Quais consequências legais isso pode ter para você?

Acredito que o que fizemos neste dia de 18 de julho pode muito bem – deve - ser repetido constantemente, especialmente pelos católicos norte-americanos. Eu chamaria meus irmãos frades, juntamente com as irmãs franciscanas, para fazer parte do que pode ser um grande movimento pela justiça para "os pequenos". Parece-me que este movimento poderia promover uma necessária renovação e revitalização da comunidade franciscana neste país.

Frei José também destacou, durante a coletiva de imprensa na última quinta-feira, o que é definido como "pecado nacional original": apesar da grande retórica sobre liberdade e independência, a declaração fundadora de nosso país foi atormentada por racismo e misoginia. . Escrito por vários proprietários de escravos e excluindo as mulheres do direito de comentar sobre a vida pública do país, o documento continha um grande insulto aos americanos originais.

Na Declaração de Independência de 1776, a única referência aos povos nativos americanos era se afastar de "nossas Fronteiras, para os implacáveis índios selvagens e sem dinheiro, cuja conhecida Regra de Luta é a Destruição sem distinção de Idade, Sexo ou Condição".

Agora, mais de duzentos anos depois, pensávamos que aqueles pecados, pelo menos, haviam começado a ser superados. A escravidão foi oficialmente abolida; as mulheres receberam o direito de voto no início do século XX; e o movimento dos direitos civis da década de 1960 abordou as persistentes injustiças em relação aos afro-americanos.

No entanto, nos dias de hoje, Donald Trump nos arrasta de volta para esses tempos sombrios com uma combinação de medo irracional, ódio de pessoas que não são como ele e pura crueldade.

O que é quase pior, são os chamados cristãos que apoiam, aplaudem e permitem que esta descida a uma nova era das trevas nos Estados Unidos.

Hoje fazemos as nossas próprias palavras do bispo católico de El Paso, Mark Seitz, quando vê os horrores diários que ocorrem entre a sua cidade e Ciudad Juárez: «Este governo e esta sociedade não estão bem. Sofremos um endurecimento do coração que ameaça a vida ».
FONTE: PAZ Y BIEN

sexta-feira, 19 de julho de 2019

Franciscanos e mais 70 católicos presos, nos Estados Unidos, por defender imigrantes

Cerca de 70 pessoas, que carregavam fotos de crianças imigrantes que morreram enquanto estavam sob custódia em centros de detenção norte-americanos, foram presas na quinta-feira, 18 de junho, enquanto protestavam no Capitólio, em Washington, contra a política de imigração do governo de Donald Trump.

A Rede Franciscana de Ação, um grupo católico em defesa dos direitos humanos, convocou a manifestação nos escritórios do Senado Russell*, parte do complexo do Capitólio, para protestar contra as condições desses centros, porque, acusam, que ele constituem uma violação aos direitos humanos.



Cerca de 200 padres, frades, freiras e outras pessoas no chão de mármore do prédio  do senado Russell.

“Nosso país nasceu na escuridão do que agora chamamos pecado original. E agora, uns
Foto: Mackenzie Harrys/Faith in Public Life
200 anos mais tarde, pensamos que havíamos começado a superar esses pecados. No entanto, nestes dias, Donald Trump está nos arrastando de volta àqueles tempos malignos, com uma combinação de medos irracionais, ódio de pessoas que não são dele e de pura crueldade. O que é quase tão maligno, é que os chamados cristãos apoiam e aplaudem e possibilitam essa descida para uma nova era de trevas na América. Estamos falando sobre as evidências disso, nessas ações hoje. Estamos particularmente citando a desumanidade que ocorre, mesmo enquanto falamos, nas nossas fronteiras do sul. É por isso que pedimos aos nossos milhões de irmãs e irmãos católicos, particularmente nossos bispos, que participem da luta pela alma da América”, declarou o frei Joe Nangle, de Justiça, Paz e Integridade da Criação da Província Franciscana  do Santíssimo Nome, preso na manifestação no Dia Católico de Ação pelas Crianças Imigrantes.

Foto: Mackenzie Harrys/Faith in Public Life
"As imagens de crianças em condições deploráveis e insalubres, sem acesso a chuveiros por semanas, incomunicáveis e dormindo em pisos de concreto sem cobertores, nos forçaram a ficar em solidariedade e dizer 'não em nosso nome'", discursou a irmã Áine O. Connor, uma das manifestantes presas.


Entre os presos, há vários padres, frades freiras e leigos que denunciaram as condições desumanas em que as crianças migrantes estão sendo detidas.

FONTE: Paz y Bien, Franciscans Action Network
*O prédio de escritórios do Senado Russell é o mais antigo dos edifícios de escritórios do Senado dos Estados Unidos.

quinta-feira, 18 de julho de 2019

Motorista avança sobre manifestação do MST, mata sem terra e deixa feridos

Da página do MST
Na manhã desta quinta-feira (18), as famílias Sem Terra do acampamento Marielle Vive!, localizado em Valinhos, no interior de São Paulo, realizavam uma manifestação com entrega de alimentos pelo fornecimento de água no acampamento, quando no no quilômetro 7 da Estrada do Jequitibá, foram surpreendidas por um homem que com uma caminhonete em alta velocidade atropelou dezenas de manifestantes, entres eles, Luiz Ferreira da Costa, de 73 anos, que não resistiu aos ferimentos e morreu antes de chegar à Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
O assassino estava armado e ameaçou os manifestantes que tentaram perseguir o veículo. O MST ainda apura o número e o estado dos feridos, entre eles o jornalista Carlos Filipe da rádio Noroeste e do Coletivo Socializando Saberes

As famílias exigem a punição imediata a este assassino, que age sob o clima de terror contra os movimentos populares, incentivado por autoridades que estão no governo brasileiro.
Cerca de mil famílias vivem no Acampamento Marielle Vive, que foi ocupado em 14 de abril de 2018 – um mês após a execução da vereadora Marielle Franco, no Rio de Janeiro – e é localizado na Fazenda Eldorado Empreendimentos Ltda. 
FONTE: MST

quarta-feira, 3 de julho de 2019

Franciscanos propõem trabalho nas áreas climática, sócio ambiental e migração, em nível global


O encontro de planejamento bienal do Conselho Internacional de Justiça, Paz e Integridade da Criação (JPIC) da Ordem dos Frades Menores  (CIJPIC) aconteceu de 3 a 10 de junho de 2019, na Custódia da Terra Santa, em Jerusalém. Organizado pelo Escritório da JPIC, dos Franciscanos em Roma,  o econtro tratou de temas como as mudanças climáticas, a proteção dos direitos humanos e na atenção especial aos problemas e violações reais existentes nos 119 países onde a Ordem dos Frades Menores (franciscanos) está presente e funciona. “Esta reunião”, disse o frei Jaime Campos, Diretor do Escritório Geral da JPIC, “nos permite avaliar o trabalho que foi feito e planejar, com nossas discussões, futuros trabalhos com atenção constante ao conteúdo da Encíclica Laudato Si’ .  

O encontro que contou com a participação de representantes das diversas Conferências dos Frades Menores. Vindo da Austrália, Brasil, Chile, Colômbia, Coréia,  Eslovênia, EUA, Filipinas, França, Itália, México, Polônia e Reino Unido,  chegou a uma conclusão com a preparação de um documento final, que trata de questões relacionas à crise climática, crise sócioambiental, crise migraória, sempre com propostas concretas e partindo da Encíclica Laudato Si, do Papa Francisco, numa perspectiva de converção ecológica. Segue do Documento.

Declaração de Jerusalém

O Conselho Internacional de Justiça, Paz e Integridade da Criação da Ordem se reuniu em Jerusalém de 3 a 9 de Junho 2019. Seus membro avaliaram o trabalho realizado nos últimos três anos e traçaram o caminho a seguir em nosso esforço para promover JPIC para o próximo triénio, com a presença dos coordenadores de JPIC das Conferencias sua liderança determinada para preparar o caminho e implementar de forma eficaz, as decisões tomada na reunião deste ano. Distintos desafios e estímulos.

Distintos desafios e estímulos chegaram até nós do Conselho Plenário da Ordem de 2018 "Queremos sonhar e ao mesmo tempo ser profetas de esperança, capazes de anunciar o Evangelho para a construção de Reino, denunciando e combatendo as situações concretas de injustiça e violência do mundo atual. Esta atitude nos fará dar muitos frutos como pessoas consagrada nos ..."(CPO 2018 177).

"Laudato si'": Conversão ecológica integral

Inspirados pela encíclica papal "Laudato Si” acreditamos firmemente que “ a sobriedade no estilo de vida e a sensibilidade pela solidariedade ecológica e social são expressões próprias do  carisma franciscano, consciente de que o nosso compromisso com a ecologia é parte da conversão integral que nos torna irmãos e irmãs de todas as criaturas. Cada Fraternidade em seu projeto de vida e missão, desenvolver um programa ecológico que promova estilos e opções concretas de vida que expressem respeito e cuidado para criação" (Cf. CPO /18 114-116)

Os desafios colocados pelo documento do CPO 2018 e pela Encíclica "Laudato Si", nos levam a propor o seguinte:
  • Renovar a nossa presença profética no mundo de hoje, através de um processo radical de conversão ecológica individual e comunitária.
  • Adotar a metodologia da não-violência ativa e da paz justa.
  • Estar abertos a uma maior colaboração “ad intra” e “ad extra” na Igreja.
  • Comprometer-se com a iniciativa  Catholic Nonviolence Initiave de Pax Christi International.
  • Integrar e celebrar ativamente "Laudato si" na liturgia.
  • Promover o estudo da Encíclica através dos “Círculos de animação e dos retiros “Lautado Si” do MovimentoCatólico Global pelo Clima.
  • Fazer memória dos mártires do meio ambiente.
  • Recolher e criar recursos (homiléticos, catequéticos, práticos...) e compartilhá-los.
  • Melhorar a comunicação usando as redes sociais e serviços multimídia disponíveis
Crise climática

Nós, membros do CIJPIC, estamos profundamente preocupados com os desastres que ocorrem em todo o mundo e seu impacto negativo sobre os pobres e vulneráveis; e reconhecemos que a intervenção humana indiscriminada está destruindo o sistema climático do nosso planeta. Somos testemunhas da crise climática e constatamos que nos resta pouco tempo para que a humanidade mude sua trajetória e evite as piores consequências desta catástrofe climática mundial para o genro humano e o resto dos seres vivos na terra. Não podemos ficar indiferentes à voz dos jovens que exigem justice climática.

É por isso que propomos:
  • Promover e celebrar o "Tempo de o Criação", através da liturgia e atividades solidárias .de o liturgia e atividades solidariedade.
  • Colaborar com o Movimento Católico Mundial pelo Clima.
  • Não fazer investimentos em indústrias de combustíveis fósseis e investir em energias renovável.
  • Participar dos movimentos que trabalham pela justiça climática.
  • Aumentar nossa tomada de consciência e aprofundar na compreensão  esta problemática.
  • Recolher experiências de boas práticas e compartilhá-las.
  • Promover alternativas à cultura consumista (consumo responsável, decrescimento, consumir produtos locais, Km 0, etc.).
  • Trabalhar pela transformação social com a sociedade civil, autoridades governamentais e empreendedores sociais.
  • Promover um projeto de plantio ecológico de árvores
Crise socioambiental

Também estamos conscientes das muitas devastações no meio ambiente e na humanidade devido a várias práticas extrativistas, como a mineração e o fracking, ou a agricultura de monocultivos, etc. "Muitas vezes as técnicas de mineração, os despejos e a perda de poder de pessoas, a contaminação dos solos e da água, a  corrupção e a prepotência das multinacionais de mineração, com sua distribuição injusta das riquezas que obtêm, nos impele a questionar seu verdadeiro valor." (Declaração de Verona). Cremos que os franciscanos estamos chamados à ação solidária com as comunidades atingidas na Amazônia e em outros lugares. Pelo que reconhecemos e promovemos "um tipo diferente de economia: uma economia que é inclusiva e não exclusiva, humana e não desumanizante, que cuida do meio ambiente e não o espolie” (convite do Papa Francisco ao evento “Economia de Francisco” 2019). Concretamente nos esforçaremos para reduzir e reparar os danos sociais, ambientais e econômicos, que se produzem em nossa casa comum.

E por isso propomos:
  • Recusar-se a fazer parte da cultura consumista de nossa sociedade
  • Apoiar e solidarizar-se com as vítimas de extrativismo.
  • Juntar-se à campanha "Direito de dizer não".
  • Desenvolver estratégias de "boicote" a determinados produtos.
  • Não fazer investimentos em empresas que atacam os direitos humanos e ambientais  e investirem projetos sustentáveis e éticos.
  • Continuar colaborando com Franciscans International e com o Fórum Social sobre o   Extrativismo.
  • Incentivar as Entidades da Ordem a trabalhar com as ONGs de seu entorno nesse âmbito.
  •  Envolver as escolas de administração propondo modelos econômicos alternativos ao atual, que apoiem a Responsabilidade Social Corporativa, a conversão ecológica e a justiça climática.
Crise migratória

Vemos a migração como um fenômeno global causado por múltiplos fatores, entre eles a violência, a desigualdade social, a crise política e climática. Seu alcance cada vez maior em todo o mundo desafia nossa "Visão franciscana da vida que encontra seus fundamentos na revelação bíblica, que nos faz entender que um é nosso Pai e que somos todos irmãos e irmãs, e que estamos unidos por vínculos invisíveis, formando uma só família universal com todos os seres do universo. Por tanto nós podemos permanecer indiferentes ante à grave crise da mobilidade humana, e não podemos ser indiferentes à situação de nossos irmãos e irmãs imigrantes"(Cf. CPO / 18, 122 - 123).

Por isso propomos:
  • Criar uma cultura humanista de hospitalidade; aceitando, acolhendo e cuidando dos imigrantes como irmãos e irmãs nossas.
  • Abrir nossa casas e conventos para receber, escutar e dialogar com os imigrantes.
  • Celebrar a Jornada Mundial pelos Refugiados eImigrantes, e a Oração contra o Tráfico de Pessoas.
  • Ajudar e colaborar com os Centros de Imigrantes existentes.
  • Promover "experiências no terreno", para os frades em formação inicial e permanente, nos Centros de Atendimento aos Imigrante.
  • Organizar "campos de trabalho e conscientização" para jovens e frades.
  • Promover campanhas para superar preconceitos contra imigrantes.
  • Participar da Rede Franciscana para os Imigrantes na América.
  • Divulgar ferramentas legais e recursos para migrantes.
Apesar da contínua violência e conflito na região fomos testemunhas e constatamos o trabalho e obras realizadas pelos nossos irmãos da Custódia da Terra Santa pela a paz e os direitos humanos. Também nos demos conta de que nós como Franciscanos, temos que "trabalhar para ser instrumentos de paz e reconciliação, permanecer presentes em lugares de guerra e violência e não abandonar os que sofrem” . (cf. CPO / 18, 168). Com profunda preocupação pela crise política e pelas inacreditáveis violações de direitos humanos em alguns países, expressamos nossa solidariedade com os oprimidos, os menores, os esquecidos e os últimos.

O Conselho Internacional de JPIC leu e discerniu os sinais dos tempos como um chamado, enquanto franciscanos, para responder às crises globais através de uma conversão ecológica integral radical; que inclui as dimensões espirituais, sociais, econômicas e políticas. Como fraternidade contemplativa em missão, nos comprometemos à ação através da contemplação e da oração, do compromisso de solidário com os pobres e a Terra; pedindo a todos os frades da Ordem que aprofundemos nossa vocação e conversão no século XXI.