quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Presépio em Brumadinho tem bíblia retirada da lama e Reis Magos com coletes de salvamento

Com uma bíblia retirada da lama e os três Reis Magos vestidos com coletes de salvamento este é o presépio, que está montado no Centro de Lideres da Igreja Católica, em Brumadinho.

No dia de Natal o criminoso rompimento da barragem da Vale, naquele município, completou 11 meses. As famílias, em uma celebração, homenagearam os bombeiros que ainda fazem operação para resgatar 13 vítimas desaparecidas, das 272 (duas estão no ventre de suas mães) que morreram.

Ninguém está preso e o processo de indenizações se arrasta, já que a empresa criminosa, a mineradora Vale, busca todas as formas pagar o menos possível às vítimas. 

Contudo, fazem poucas semanas que a Vale se comprometeu a remunerar seus acionistas, com os juros sobre o capital, referentes ao ano de 2019. Remunerar seus acionistas em R$ 7,25 bilhões, na forma de juros sobre capital próprio, referentes ao ano de 2019. O valor supera o total gasto pela companhia nos reparos do rompimento da barragem de Brumadinho.

Continua pesando o lucro sobre a vida. Não há reparação. O estado tímido e capturado pelo capital minerário continua na linha de fazer acordos, onde a empresa tem poderes sobre o território e sobre as decisões. Enquanto isso continua o ruído do trem da Vale que corta Brumadinho. A extração não para o minério não para, é levado, corre os trilhos em direção ao estrangeiro.


O presépio de Brumadinho clama como o Salmo: “A bondade e a fidelidade outra vez se irão unir, a justiça e a paz de novo se darão as mãos. A verdade brotará da terra, e a justiça olhará do alto do céu."

domingo, 22 de dezembro de 2019

Vale vai distribuir mais lucro para acionistas do que indenizações para vítimas de Brumadinho

Enquanto permanecer a impunidade, um Estado capturado pelo setor da mineração, um sistema de acordos espúrios, que submete as vítimas à vontade da Vale, essa organização criminosa (Vale) continuará impune, controlando o território do crime, num verdadeiro escárnio e desrespeito à dignidade das pessoas atingidas.

Ao se comprometer a remunerar seus acionistas, com os juros sobre o capital, referentes ao ano de 2019, depois de matar 272 pessoas, destruir meios de subsistência de centenas de outras, e matar o rio Paraopeba, afetando milhares de pessoas e a natureza, a Vale manifesta ostensivo desdém ao estado de direito e ao seu dever de reparação. Ao estado, em suas diferentes instancias de poder, cabe assumir sua responsabilidade e terminar com essa perversa lógica e deixar de ser cúmplice, de um crime que ainda não terminou.

Leiam a reportagem da Folha UOL


Vale vai distribuir mais lucro entre acionistas do que indenizações para vítimas de Brumadinho

Da: Folha UOL

A Vale vai remunerar seus acionistas em R$ 7,25 bilhões, na forma de juros sobre capital próprio, referentes ao ano de 2019. O valor supera o total gasto pela companhia nos reparos do rompimento da barragem de Brumadinho (MG).
A empresa não disse quando o dinheiro será creditado aos acionistas, já que continua valendo a decisão de suspender os pagamentos de dividendos, anunciada em 27 de janeiro, dois dias após a tragédia.
A Vale estima que, ao fim de 2019, terá desembolsado com reparação, indenizações e despesas pelo desastre US$ 1,6 bilhão (R$ 6,55 bilhões).
A provisão relacionada a Brumadinho até 2031 é de US$ 8 bilhões (R$ 32,75 bilhões), valor que inclui a reincorporação de nove barragens da mineradora ao relevo e ao ambiente (descaracterização).