segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

50 anos da morte do Padre Camilo Torres

Camilo Torres Restrepo nasceu em 03 de Fevereiro de 1929, em BogotáColômbia. Foi ordenado sacerdote em 1954. Após a ordenação foi estudar Sociologia em Louvain, na Bélgica. Em 1959, retornou a Bogotá e foi nomeado capelão da Universidade Nacional da Colômbia. Foi um dos pioneiros do pensar(ação) a libertação como uma opção preferencial pelos excluídos/pobres, posteriormente toma corpo e se consolida na América Latina. É um labor “importado”, mas dinamizado e enriquecido com os próprios traços latino-americanos. Foi co-fundador da primeira faculdade de Sociologia da Colômbia (1960) e da Frente do Povo Unido (1965), um movimento de inspiração marxista, antes de juntar ao Exército de Libertação Nacional (ELN).


“Um católico, um padre católico,
não pode ser expectador inerte de um sistema social
que nega à maioria a possibilidade de comer, vestir e ter casa […].
Próprio por ser colombiano, católico e padre, não posso não ser revolucionário”.

Camilo Torres


revolução é uma alternativa para o povo (a maioria exploradora) chegar ao governo e derrubar o predomínio de um grupo (minoria exploradora) que dispõe de todos os instrumentos de poder. Ele buscou em sua vida conciliar marxismo e cristianismo, respondendo assim ao desafio de resistir a uma sociedade colombiana cruel e injusta. O envolvimento com estudantes e movimentos políticos lhe garantiu um bom prestígio e um grande número de seguidores. Não lhe faltaram os detratores, especialmente o governo colombiano e a própria Igreja. Foi repreendido pela hierarquia católica por sua militância politica, motivo pelo qual abandonou o sacerdócio e se vinculou ao Exército de Libertação Nacional (ELN) em 1965.

“Se Jesus tivesse vivo hoje, ele seria um guerrilheiro”Camilo Torres

Em 15 de fevereiro de 1966, Camilo Torres, o padre guerrilheiro, foi morto em combate com a força pública, em Patio CementoSantander. É um mártir-ícone das lutas de libertação do povo. Com ele guerrilheiros e pessoas que nesse continente de Libertação, América Latina, grita com o Deus cantado por Victor Jara: Revolução! É revolução de libertação.

O corpo de Camilo Torres permaneceu em segredo por muito tempo. Em janeiro deste ano, a guerrilha Exército de Libertação Nacional solicitou ao Governo a revelação do local onde o sacerdote foi sepultado. O pedido é reconhecido como um gesto inicial de disposição pela paz entre o governo e a guerrilha (FARCELN). A iniciativa de sentar-se a “mesa de negociação”, na busca de um diálogo construtivo, conta com novos passos concretos, que encontram a sua força no valor da memória, e contará com a “mediação” da Igreja local e de Roma.

“Que seu pensamento social e teológico, sua liderança pela unidade,
sua obra e suas cinzas, voltem à memória do povo e da Igreja,
ao patrimônio acumulado para a paz com verdade e justiça social,
com reconciliação e perdão, como base de garantias do nunca mais”

Dom Dario de Jesús Monsalve
Arcebispo de Cali

FONTE:IHU


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