terça-feira, 9 de abril de 2013

Autoridades pedem suspensão da retirada de invasores da Fazenda do Glória

Correio Uberlândia -  Jornalista
Com o intuito de evitar um confronto na retirada dos ocupantes da Fazenda do Glória, pertencente à Universidade Federal de Uberlândia (UFU), às margens da BR-050, um grupo de 13 vereadores de Uberlândia e o secretário nacional de Justiça, Paulo Abrão, pediram a suspensão, temporária, da execução de reintegração de posse da área 65,94 hectares (659.400 metros quadrados) invadida. Os representantes do Legislativo local e o secretário nacional de Justiça, que é de Uberlândia, levaram um ofício ao juiz federal, José Humberto Ferreira, da Segunda Vara, que aprecia a solicitação de execução da reintegração.
O local, que foi invadido por integrantes de movimentos de sem-teto no início do ano passado, é ocupado por cerca de 2 mil famílias, totalizando cerca de 10 mil pessoas.

Juiz federal já informou que ofício com pedido dos vereadores não tem validade
O juiz federal, entretanto, afirmou que já houve um pedido de suspensão da reintegração de posse negado pela Justiça Federal e que outro pedido de suspensão foi ajuizado e está em fase de apreciação. “A decisão sai antes do dia 19”, afirmou o magistrado.
O pedido de concessão de prazo referente à reintegração de posse, feito ontem, foi motivado pela reunião marcada para o dia 19 deste mês em Brasília (DF) com representantes da União, do Ministério Público Federal, da reitoria da UFU e o prefeito Gilmar Machado (PT) para buscar uma solução pacífica para o conflito. “A expectativa que haja uma solução, que atenda e contemple todos, é alta, já que a prefeitura, a reitoria e governo federal têm disposição para solucionar a questão”, afirmou Paulo Abrão.
Suspensão pedida por vereadores não tem validade processual
O juiz federal José Humberto Ferreira, da Segunda Vara, que aprecia a solicitação de execução da reintegração de posse da área invadida na Fazenda do Glória, pertencente à Universidade Federal de Uberlândia (UFU), disse aos vereadores que atendeu à solicitação da reunião, mas que o ofício assinado pelos representantes do Legislativo local não tem nenhuma validade no processo. O documento pede a suspensão, temporária, da reintegração. De acordo com José Humberto Ferreira, os vereadores não são parte na ação que tramita na Justiça Federal.
A UFU, por meio da assessoria de comunicação, informou que o reitor Elmiro Santos Resende estava em viagem ontem e não poderia se pronunciar sobre o processo judicial, mas que participará de uma reunião em Brasília (DF) no dia 19 para buscar uma solução pacífica para o conflito. Estarão presentes ao encontro representantes da União, do Ministério Público Federal, da reitoria da UFU e o prefeito de Uberlândia, Gilmar Machado (PT).
Sem estrutura básica para habitação invasores temem execução da retirada
A comitiva de vereadores e o secretário Nacional de Justiça, Paulo Abrão, também estiveram, no início da tarde desta segunda (8), no local da invasão na antiga Fazenda do Glória, pertencente à Universidade Federal de Uberlândia (UFU), para informar aos ocupantes da área que fariam o pedido de suspensão da execução de reintegração de posse diretamente ao juiz que aprecia o caso. Os invasores dizem estar temerosos, porém, resistentes à execução judicial de retirada das famílias de sem-teto.
Enquanto aguardam o desfecho do imbróglio judicial sobre a área da União, os moradores convivem com a estrutura precária de habitação e saneamento básico no local. Centenas de barracos de lona estão ao lado do esgoto a céu aberto. E crianças que brincam nestes locais insalubres não estão matriculadas na rede municipal de ensino. É o caso do filho do operador de máquinas Edson da Rocha. Com 4 para 5 anos de idade, Edson da Rocha Filho está fora da creche. “Estou tendo que pagar R$ 250, por mês, para uma pessoa olhar ele. Eu e a minha esposa não podemos deixar de trabalhar”, disse o pai.

FONTE: JORNAL CORREIO DE UBERLÂNDIA

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