sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Área ocupada por sem teto em Uberlândia estava abandonada e era cemitério clandestino.

Publicado no Youtube em 13/05/2013 Programa Chumbo Grosso - TV Vitoriosa
Reportagem de Cássia Bomfim, Imagens de Marco Crepaldi, Chumbo Grosso e Portal Uipi de 13/05/13

A área, na cidade de Uberlândia, que a Granja Planalto diz que utilizava, e de propriedade de uma imobiliária ligada ao grupo da TV Integração - Rede Globo de Uberlândia, na verdade estava abandonada e servia como lugar para a prática de vários crimes. Nessa área no bairro Jardim Célia, foram encontrados o corpo de uma mulher e uma ossada no dia 10 de maio de 2013, durante uma operação de combate ao tráfico de drogas. De acordo com a Central de Operações da Polícia Militar de Minas Gerais (Copom) os restos mortais estavam em um matagal utilizado possivelmente como cemitério clandestino de traficantes de droga. 

Cai assim por terra o argumento de que aquela propriedade cumpria sua função social. Se trata de um imóvel, de 398 hectares, um grande vazio, dentro da malha urbana da cidade. Local cujos pretensos proprietários, há mais de um reivindicando-se como proprietário, estava abandonado à espera de uma valorização imobiliária.

O irônico de tudo isso é que enquanto o crime se servia da área, nenhum tipo de vigilância privada havia. Agora que, mais de 1.500 famílias de sem teto estão buscando moradia e uma vida digna naquele local, a vigilância privada já foi contratada. Por sua vez, a justiça já espediu mandado de despejo, para que a polícia retire as famílias.

De fato vivemos numa sociedade onde os valores estão invertidos. Enquanto o crime se servia do espaço, tínhamos o braço administrativo e repressivo do Estado sem nada fazer. No máximo algumas diligências policiais. Mas agora que o espaço está sendo partilhado para que haja mais dignidade de vida para milhares de famílias, e a paz e segurança realmente poderão ser restauradas, o braço repressivo do Estado se mostra pronto para agir, quer despejar o povo.

Os sem teto clamam por justiça e dignidade e pelo direito à cidade.


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