quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Secretaria de Meio Ambiente de Uberlândia: Moeda de Troca

NOTA
Secretaria de Meio Ambiente de Uberlândia: Moeda de Troca

Desde a saída do Senhor Hélio Mendes, em agosto de 2014, ocorreram 4 trocas no comando da Secretaria de Meio Ambiente de Uberlândia sendo que em duas vezes houve a nítida utilização do cargo como moeda de troca para garantir a governabilidade do atual prefeito. Reconhecemos a necessidade de governabilidade, mas o mínimo que se espera é que as substituições de Secretários ocorram com postura da boa ética e gente competente para atuar no setor. A primeira ocorreu para atender o bloco do vereador Alexandre Nogueira, que garantiu a nomeação da Sra. Thais Fatureto. Como o vereador adotou postura de oposição ao governo municipal na eleição da Mesa Diretora da Câmara, sua indicada foi exonerada pelo poder executivo.

A Primeira Dama do Município que também não tem vínculos históricos com as questões ambientais foi designada para ocupar, por duas vezes a função de Secretaria Municipal do Meio Ambiente.

Hoje foi anunciado o nome do Sr. Pastor Leandro do PRB, que não possui nenhum vínculo com os temas ambientais para assumir a pasta e oferecer base para a chamada GOVERNABILIDADE. Seria desejável que o novo Secretário apresentasse seu currículo mostrando seu envolvimento com os temas ambientais, se o tem.

Resumindo, o Executivo Municipal não tem política ambiental, e uma Secretaria de tamanha importância está sendo utilizada para atender o velho fisiologismo político. Nada mais velho e esgarçado do que essas práticas políticas e administrativas de conchavo.

Ao longo dos dois anos de mandato o prefeito Gilmar Machado se reuniu esporadicamente com os movimentos socioambientais que possuem atuação regional. Os movimentos demonstraram interesse em acompanhar o cumprimento de seus compromissos de campanha. Ao longo desse período verificou-se que a agenda política e econômica foi tratada com prioridade absoluta, sem considerar a grave crise hídrica e ambiental que ameaça o município de Uberlândia e os compromissos que haviam sido assumidos. Nos recentes 4 meses os movimentos reivindicaram ao Prefeito que após a saída do então Secretário Sr. Hélio Mendes nomeasse alguém com competência técnica para assumir a Secretaria de Meio Ambiente, havendo preferência para um servidor de carreira. O Prefeito se comprometeu a buscar alguém com esse perfil, inclusive recorrendo, se fosse o caso, aos quadros profissionais da Universidade Federal de Uberlândia. Infelizmente, com a indicação do Secretario do Meio Ambiente, mais uma vez constatamos que a “politicagem” na busca de governabilidade sobressaiu sobre os interesses coletivos e difusos.

As manifestações de junho de 2013 levaram as ruas do Brasil milhões de atores sociais, que levantaram diversas bandeiras, transitando desde a questão das tarifas do transporte urbano, até a violência policial, passando pela indignação com o sistema político. Foi um claro sinal de que a sociedade reivindica mudanças na condução política  nos diversos níveis dos governos do Brasil.

Uma das pautas que também foi destacada durante as manifestações foi a agenda ambiental. Apesar disso o que temos assistido tanto na União, quanto no Estado e no Município de Uberlândia é o desenvolvimento de providências predatórias, inclusive desrespeitando o arcabouço legal, fragilizando a proteção dos ecossistemas, as comunidades tradicionais e a ÁGUA.

O exemplo da crise com a falta de água para abastecer e para produzir na Região Metropolitana de São Paulo não foi aprendido pela administração municipal de Uberlândia. Caso contrário seriam destacados a ocupar cargos político administrativos de decisão, profissionais com experiência e postura política capazes de fazer o enfrentamento para evitar as situações vistas em São Paulo. Não é mais possível conviver com a má gestão pública, com o descaso e o manejo inadequado do solo, com a degradação ambiental, especialmente das biodiversidades.

Infelizmente esse “amadorismo” visto na nomeação do Secretário do Meio Ambiente de Uberlândia demonstra falta de compromisso da administração do Prefeito Gilmar Machado com a política ambiental do município.

Nesse momento resta repudiar o caráter fisiológico da nomeação do novo Secretário.

Uberlândia, 06 janeiro 2015

Ângela Santana de Albuquerque (AMEDI - Ambiente e Educação Interativa)

Carmen Silvia Lopes de Paiva (AFES - Ação Franciscana de Ecologia e Solidariedade)

Cláudio Di Mauro (Professor e Diretor do Instituto de Geografia – Universidade Federal de Uberlândia)

Gustavo Bernardino Malacco da Silva (ONG Associação para Gestão Socioambiental do Triângulo Mineiro)

Leila Rezende (Associação POMAR)

Lourenço Andrade de Almeida (ALDEIAS para um Novo Mundo)

Luiz Henrique Martins (NEOAMBIENTE - Associação dos Agentes Ambientais Voluntários do Desenvolvimento Sustentável e Defesa Social )

Frei Rodrigo de Castro Amédée Péret (CPT – Comissão Pastoral da Terra / Triângulo Mineiro)

Vanda Davi Fernandes de Oliveira (AMEDI - Ambiente e Educação Interativa)

Um comentário:

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