sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Manifesto: Contra toda forma de violência - Espírito de Assis

Manifesto: Contra toda forma de violência
O mundo vive sob o signo de uma profunda violência para com o povo, a partir dos avanços do capitalismo e do estado autoritário nas experiências de democracias. No Brasil este cenário de violência é generalizado para as camadas excluídas dos bolsões do capital: sendo a população de rua, os egressos do sistema penitenciário, os encarcerados, a juventude, as populações LGBT’s, as mulheres, os/as indígenas, os/as negros e os/as imigrantes. No campo religioso, a violência é deflagrada por religiões fundamentalistas favorecendo a perseguição às religiões de matriz africana.
Em 27 de outubro de 1986 na Cidade de Assis, na Itália, reuniram-se centenas de líderes religiosos para uma prece pela paz, de lá para cá essa data vem sendo celebrada e articulada por debates, mesas e reflexões conhecida como Dia do Espírito de Assis. Neste ano, pensamos em articular um grupo de entidades sociais, movimentos populares, pastorais, organizações e grupos ecumênicos em favor da temática que perpassa à todos. Pensamos em um ato de urgência contra toda a forma de violência praticada pelo estado e pelas religiões, a realizar-se em 6 de novembro de 2015. Um ato de união da sociedade pela luta em favor da paz.
Nós, coletivos oriundos das mais distintas essências destes Brasis, na encruzilhada da luta pela dignidade dos mais pobres e marginalizados nos insurgimos num brado forte contra a violência fruto da criminalização das camadas populares. Cremos que o empoderamento do povo se dá nas ruas, articulando-se e forjando denúncias ao sistema que oprime e deixa-nos à miséria. Pensamos que as bandeiras de um país em crise não seja o resgate da economia, mas a opção radical pela dignidade do nosso povo que morre nas esquinas, pela caneta dos poderes executivos, legislativos e judiciários, pela perseguição militar nas favelas, morros e periferias, pelo assassinato de nossos indígenas brasileiros, pelo machismo-patriarcal do homem que mata as mulheres e persegue a diversidade de gênero, pelo encarceramento em massa, pelas filas do SUS, pelo racismo aos nossos terreiros e por toda a qualquer ação que encerre nossas vidas pela violência. 
Nossa caminhada percorrerá uma trilha mistagógica, onde alimentados da mística do povo que luta, semeamos um estado laico que acolhe todos e todas na sororidade e na justiça. O povo brasileiro quer poder andar na cidade ou no campo com a liberdade e o direito, semeando a justiça e a resistência.
Nossa voz se levantará pelos prédios do centro de São Paulo num grito de justiça e libertação do nosso povo. Que todas e todos nos unamos, para pedir: #Chegadeviolência. #BastadeCriminalizarOPobre #OEspíritodeAssis #PelaPazcomResistência!  
Nosso desejo é a vida do nosso povo: vida bonita, vida justa e vida doada pelas vidas. Somos todas e todos lutadores pela Casa Comum, onde o povo é contra toda forma de violência.
Quando: 6 de novembro (sexta-feira). Local e hora da concentração: Pátio do Colégio, às 17h. - São Paulo
Assinam e convocam:
SEFRAS - Serviço Franciscano de Solidariedade.
Anchietanum.
Rede Marista de Solidariedade.
Católicas Pelo Direito de Decidir.
Pastoral Carcerária Nacional
Conselho Indigenista Missionário - CIMI-SP.
Educafro.
CONIC – Conselho Nacional de Igrejas Cristãs.
JUPROG – Movimento de Judeus Progressistas.
REJU - Rede Ecumênica da Juventude.
MJD - Movimento Juvenil Dominicano.
MIRE – Mística e Revolução.
PJ - Pastoral da Juventude
Pastoral do Povo de Rua – Arquidiocese de SP.
Pastoral Fé e Política - Arquidiocese de SP.
CEBS - Comunidades Eclesiais de Base– SP.
Movimento Jesus Cura a Homofobia.
RUA – Juventude Anticapitalista
CASTO - Coletivo Autônomo dos Trabalhadores Sociais.
KOINONIA – Presença Ecumênica e Serviço.


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