quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Não ao Gás de Xisto


A petroleira Petra Energia comunicou em maio  à Agência Nacional do Petróleo (ANP) mais uma descoberta de gás natural na Bacia de São Francisco, norte de Minas Gerais. A empresa se associou à americana FTS International, especializada na tecnologia de fraturamento hidráulico, usada para extrair o gás de xisto, e pretende iniciar as atividades em 2014. Nos Estados Unidos, aonde esta tecnologia de extração, é utilizada, na zona rural, já se verificam alterações na qualidade da água e do ar, a redução de produção de frutos e a morte de animais.
Proibido em alguns países da Europa, como França e Bulgária, e em moratória na Irlanda, República Tcheca, Romênia, Alemanha e Espanha, a técnica de extração do gás de xisto será testada pela primeira vez no Brasil. O fraturamento hidráulico ou “fracking” é o método utilizado para extrair xisto e consiste em “explodir” a rocha para acessar o reservatório onde o gás está aprisionado.

O processo começa com uma perfuração até a camada de xisto. Após atingir mais de 1,5 mil metros de profundidade, uma bomba injeta água com areia e produtos químicos em alta pressão, o que causa o fraturamento da rocha liberando o gás aprisionado. O fraturamento hidráulico é um método polêmico em todo o mundo por oferecer riscos de contaminação de água e solo, incluindo lençol freático e aquíferos. Além disso, o processo de extração do xisto utiliza grandes quantidades de água – estimativas da agência americana de proteção do meio ambiente (EPA) apontam que 265 a 530 bilhões de litros são gastos anualmente. Tais prejuízos aos recursos naturais foram até então pouco estudados e, por isso mesmo, a opinião pública tem se mostrado contrária em diversos países onde a técnica foi cogitada ou implementada.

No Brasil, todas as áreas de ocorrência de gás natural poderão ser áreas de extração de gás de xisto, o que representa um risco considerável para as nossas reservas hídricas. O aquífero Guarani, na Bacia do Paraná, maior manancial de água doce transfronteiriço do mundo, e o aquífero Urucuia, na Bacia do São Francisco, poderão ser contaminados, pois a água utilizada no faturamento volta à superfície carregada de hidrocarbonetos e metais encontrados na rocha. Além desses impactos ambientais, existem ainda os riscos de explosões com liberação de gás metano e de estímulo aos movimentos tectônicos, que podem ocasionar terremotos locais e regionais.

Nos leilões energéticos da ANP (Agência Nacional de Petróleo), marcados para os dias 28 e 29 de novembro deste ano, já serão oferecidos blocos para exploração de gás de xisto em diversas bacias sedimentares brasileiras. A Comunidade Científica, os técnicos de órgãos competentes e tampouco a Sociedade Civil foram consultados.

Diante da complexidade do tema e por se tratar de um assunto de interesse coletivo, reivindicamos um maior espaço para discussão profunda e aberta com a sociedade e o compromisso do governo em avaliar os impactos da extração de xisto antes que as reservas deste gás sejam exploradas. Até que os devidos estudos de impacto sejam desenvolvidos, exigimos a exclusão do xisto nos leilões energéticos programados pela ANP.

NÓS NÃO QUEREMOS A EXPLORAÇÃO DO GÁS DE XISTO! NÃO AO ‘FRACKING’!

COMPARTILHEM, DIVULGUEM!!!
FONTE: GT MEIO AMBIENTE - APH


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