terça-feira, 12 de novembro de 2013

Video sobre as comunidades com direitos usurpados por grandes mineradoras e governo


Prestes a ser votado o Novo Código de Mineração Brasileiro, a Mídia Ninja une-se aos movimentos sociais para dar voz  aos atingidos pelos impactos e devastação da mineração. O documentário foi gravado em três estados impactados pela atividade: Maranhão, Pará e Minas Gerais

Enquanto o trem não passa, mostra um pouco da realidade de comunidades que têm seus direitos usurpados por grandes mineradoras e governo. Municípios cortados pela Ferrovia Carajás, Minerodutos, populações afetadas - não apenas pela tormenta de explosões constantes na extração do minério, mas também por toda a logística que muda o modo de viver e conviver nos territórios.

O objetivo de sua produção é alertar quem vive fora das áreas de atuação das mineradoras, sobre o enorme impacto dessa atividade e o quanto esse novo código não traz salvaguardas sócio-ambientais, garantias ao meio ambiente e nem segurança aos quilombolas e povos indígenas. E o quanto isso afeta a vida de todos os brasileiros, que sofrerão ao longo das próximas décadas, com escassez de água, pois rios e nascentes estão sendo drenados pelas mineradoras. Para se ter uma idéia, só em 2012 a mineração consumiu 52 bilhões de litros de água, o suficiente para abastecer por dois anos a cidade de Niterói (RJ). 

A mineração é a atividade que mais mata, mutila e enlouquece trabalhadores. Em 2013, trinta trabalhadores perderam suas vidas exercendo sua profissão.  A cidade de Itabira, MG, em 2012 teve um caso de suicídio para cada 1,5 mil habitantes, enquanto a média nacional no mesmo ano foi de um caso para cada 25 mil habitantes.

A mineração é responsável por quase 15% de toda a exportação brasileira, sendo 52% de bens primários, ou seja minérios sem qualquer beneficiamento. O Governo Brasileiro, no Plano Brasil 2030, estima que até lá a produção mineral deva triplicar. É fato que a exportação de minérios tem ajudado a estabilizar a balança comercial, mas a qual preço? Esse é o grande questionamento do documentário Enquanto o trem não passa.

O Brasil é o segundo maior exportador de minérios do mundo, e ainda assim não é um país desenvolvido. Em busca do lucro, a mineração segue destruindo e contaminando rios e nascentes, desrespeitando direitos e impactando de muitas formas as populações do entorno das minas.

Produzido de forma colaborativa e coletiva pela Mídia Ninja e colaboradores, conta com o apoio do Comitê Nacional dos territórios frente à mineração. Grupo que surge em maio de 2013 para discutir o texto do Novo Código e que congrega mais de 120 entidades ligadas ao meio ambiente, direitos humanos e atingidos pela mineração.

Com duração de 17 minutos, busca narrar a história dos atingidos com o intuito de mostrar que a mineração não acontece num espaço vazio, e sim em meio à comunidades, natureza. Impactando e devastando a vida de milhões de pessoas no nosso país.
Esse é o primeiro documentário da Mídia Ninja e sai legendado em três idiomas.

ENQUANTO O TREM NÃO PASSA (Brasil, 2013, 17 min)
Essa obra foi construída de forma coletiva por Midia NINJA e seus colaboradores
Equipe:
Kátia Visentainer
Rafael Vilela
Julia Mariano
Thiago Dezan
Raissa Galvão
Gian Martins
Bianca Buteikis
Gabriela Sanchez
Isadora Machado
Andrew Henrique
Rebeca Brandão
Luis Felipe Marques Ferreira
Antônio Netto
Fábio Chap

MÍDIA NINJA
A Mídia Ninja (sigla para Narrativas Independentes, Jornalismo e Ação), nasce no ano de  2011 através  da Póstv, como um laboratório de mídia digital do circuito Fora do Eixo, e faz suas primeiras transmissões na Marcha da Maconha e Marcha da Liberdade na cidade de São Paulo - SP. Mas é no ano de 2013, na cobertura das manifestações que acontecem por todo país, que conquista o reconhecimento do público como a única mídia totalmente independente, e passa a ser a narradora oficial das ruas brasileiras, não apenas para o país, mas para o mundo.
Foi graças ao trabalho de midialivristas que cobriram as manifestações por diversos estados brasileiros, que foi possível de fato acompanhar a voz das ruas, fazendo com que governos dos dois maiores estados do país exonerassem os comandantes das suas polícias frente à violência protagonizada pelas mesmas contra a população e mostradas em tempo real através de transmissões da Mídia Ninja.

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