sábado, 20 de agosto de 2016

Encontro da Família Franciscana da Indonésia: Justiça, Paz e Ecologia

Representantes da família franciscana da Indonésia estão reunidos (19 a 26 de agosto, 2016), com o tema - “Combate à corrupção: Uma responsabilidade de justiça e fé”. As discussões no encontro giram entorno do trabalho de uma da agência de combate à corrupção conhecida como uma das mais eficientes do mundo.  A Comissão de Erradicação da Corrupção (Komisi Pemberantasan Korupsi – KPK), criada em 2002, para enfrentar a corrupção que se tornou sistêmica e generalizada, violando os direitos humanos do povo da Indonésia.

O grupo é composto por vários ramos do carisma franciscano, pessoas que estão engajadas em questões sócio-ambientais, diálogo interreligioso, na luta contra o tráfico de pessoas, enfrentando junto às populações locais os impactos, violações de direitos humanos perpetrados pelas mineradoras e trabalho junto a povos indígenas.

Participam também da reunião Budi Tiahjono  representante de Franciscans International (ONG Franciscana na ONU) e Frei Rodrigo Peret, que apresentará os desafios relativos à mineração e o processo de corrupção (captura corporativa) das empresas mineradoras. 

Esse encontro acontece a cada ano, fazem 10 anos, quando se discutem as lutas sócio-ambientais e os trabalhos. 

Ações contra a corrupção na Indonésia:

Antes da KPK ser formada, apenas a polícia e os promotores tinham a autoridade para conduzir as atividades de combate à corrupção. A ideia da formação de uma comissão foi a de uma mudança positiva nos esforços anticorrupção que estavam estagnados. As atividades anticorrupção na Indonésia vem desde 1950, e uma das razões segundo analistas locais, os esforços não tiveram sucesso foi porque as ações eram apenas repressivas: prévia investigação, investigação e processos contra os corruptos. A conclusão foi a de que, mesmo sendo vitais para o sucesso da erradicação da corrupção as ações repressivas, falharam a médio e longo prazo devido pela falta de significativas ações preventivas.

A KPK seria então um novo olhar sobre a corrupção endêmica: a agência não deve monopolizar os esforços anticorrupção, mas somente agir como um mecanismo para empoderar instituições autorizadas para se tronarem mais efetivas. Casos selecionados são assumidos pela KPK, de forma à mostrar ao público a seriedade.

Se medido apenas pela taxa de condenação, os esforços anticorrupção da KPK ao longo dos últimos dez anos parecem ter sido bem-sucedidos, mas o grande número de casos expostos indica que os níveis de corrupção não reduziram. Para piorar as coisas, tanto o Parlamento, bem como a polícia nacional recentemente se voltaram contra o KPK para restringir ainda mais os seus poderes e enfraquecê-lo.


No encontro dos franciscanos e franciscanas, se reflete como  discussões no superar a corrupção na Indonésia, que é endémica, permeando todos os níveis da sociedade. Se discute a necessidade da KPK se concentrar numa mudança cultural, paralelamente às suas outras estratégias anticorrupção.

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