segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Irmã Dorothy: 13 anos de seu martírio

Irmã Dorothy Stang se dedicou à evangelização, às lutas pela terra e à proteção do meio ambiente, dos povos da Amazônia. Ela foi assassinada por seis tiros à curta distância no início da manhã de 12 de fevereiro de 2005, aos 73 anos, em um lugar a cerca de 40 km da cidade de Anapu, na área ocidental do estado de Pará.

Durante mais de vinte anos, Irmã Dorothy trabalhou na Comissão Pastoral da Terra (CPT),  acompanhou com dedicação e paixão o dia-a-dia dos trabalhadores camponeses, especialmente na região Trans-Amazônica do Estado de Pará. Por causa de sua corajosa denúncia sobre as atividades violentas por parte do agronegócio e grileiros, desde 1999, Dorothy vinha recebendo muitas ameaças à sua vida.

Não vou fugir e nem abandonar a luta desses agricultores que estão desprotegidos no meio da floresta. Eles têm o sagrado direito a uma vida melhor numa terra onde possam viver e produzir com dignidade sem devastar.
Dorothy Stang

Ela era religiosa consagrada, nascida nos Estados Unidos e naturalizada brasileira. Vivia no Brasil desde 1966. Pertencia à Congregação das Irmãs de Notre Dame de Namur, congregação religiosa fundada em 1804 por Santa Julie Billiart (1751-1816) e Françoise Blin de Bourdon (1756-1838). Esta congregação católica internacional reúne mais de duas mil mulheres que realizam trabalho pastoral nos cinco continentes.

Da terra vem vida e nós não podemos tirar da terra a vida só para nós. Nós temos que pensar naqueles que vêm depois de nós. Então, a terra tem de ser para sempre. Então nós temos de tratar ela com muito carinho. Porque a terra é fonte de vida para o povo de Deus.” Dorothy Stang 
A atividade missionária ambientalista, da irmã Dorothy, enfrentou um dos maiores problemas que está na raiz da origem da propriedade privada rural no Brasil, a grilagem.  É um dos responsáveis, na questão da terra no Brasil,  pela violência contra comunidades indígenas e camponesas. A grilagem de terra, o ato de ocupar ilegalmente terras públicas, está intimamente ligada com o desmatamento na Amazônia.

Por seu trabalho, Dorothy tem sido denominada “A primeira mártir da Criação”.

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