terça-feira, 20 de junho de 2017

Anglo American: Propaganda na rua e crime no rio em MG


Barragem da Anglo American à esquerda e em amarelo as áreas
contaminadas conforme o Boletim de Ocorrência
Mortandade de peixes no Córrego Passa Sete contaminado pela barragem de rejeitos do Projeto Minas-Rio da Anglo American, no município de Conceição do Mato do Dentro, (MG) é uma nova situação de impacto ambiental. Enquanto isso uma van da Anglo American leva o Relatório de Impacto Ambiental (Rima) da Etapa 3, de expansão do Minas-Rio às ruas de Alvorada de Minas, Conceição do Mato Dentro, Dom Joaquim e Serro. O "Rima na Rua", como a empresa chama a campanha, é uma ação de propaganda, enquanto os impactos continuam afetando às águas e a população, na região.

Não foi a primeira vez que o Córrego Passa Sete sofre contaminação e peixes são encontrados mortos. Em 2014, antes mesmo de obter a Licença de Operação do empreendimento foram registrados grande número de peixes, galinhas e até gados mortos por beberem a água do Córrego. Às margens do Passa Sete existem comunidades inteiras que sofrem com a instalação do projeto da Anglo.

A seguir a denuncia do MAM – Movimento pela Soberania Popular na Mineração:

Centenas de peixes foram encontrados mortos no Córrego Passa Sete, rio contaminado
pela barragem de rejeitos do Projeto Minas-Rio da Anglo American em Conceição do Mato Dentro, interior de Minas Gerais. A constatação da morte dos peixes aconteceu no dia 15 de junho e de acordo com moradores da região, já havia poucas espécies de peixes no trecho mencionado.
“Agora o rio está morto de vez”, afirma Dona Maria da Consolação, que mora às margens do córrego. Não é a primeira vez que isso acontece. Em 2014, antes mesmo de obter a Licença de Operação do empreendimento foram registrados grande número de peixes, galinhas e até gados mortos por beberem a água do Córrego. Às margens do Passa Sete existem comunidades inteiras que tiveram o uso do rio privado com a instalação do projeto da Anglo.
As pessoas utilizavam a água do rio para o plantio, pesca, lavar casa, roupa, tomar banho e para o lazer. “Hoje as comunidades são cortadas por um rio sem vida, de cor turva e esverdeada, e convivem diariamente com o mau cheiro proveniente das atividades da mina. Além da contaminação de suas águas, as famílias convivem com medo constante de um possível rompimento da barragem de rejeitos, a exemplo da Barragem de Fundão. Há moradores, como Dona Maria, que estão a menos de 1km da barragem”, destaca Juliana Deprá, da coordenação estadual do MAM em Minas Gerais.
Atualmente, a Anglo American pleiteia a ampliação de suas estruturas e produção, com o projeto conhecido por “Etapa 3”, que tem como objetivo a expansão de 12 km na cava da Mina do Sapo e o alteamento da barragem de rejeitos.
As comunidades atingidas pelo Projeto Minas-Rio lutam há anos para ter acesso à água de qualidade e que suas condições de vida e produção sejam restabelecidas. “Para essas comunidades, não existe outra solução possível a não ser o reassentamento e que o processo seja feito com ampla participação popular”, aponta Juliana Deprá.
Projeto Minas-Rio
O projeto Minas-Rio é um dos maiores empreendimentos minerários do mundo, começa com a extração do minério de ferro em Conceição do Mato Dentro e corta 32 cidades ao longo de 525 km até chegar no Porto Açu, em São João da Barra, no Rio de Janeiro. As atividades de exploração de minério em Conceição do Mato Dentro começaram em 2007, dois anos depois a Anglo American tomou posse do projeto Minas-Rio e do processo de exploração da cidade.




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