segunda-feira, 20 de junho de 2016

65 milhões: nunca na História houve tantos refugiados

da Radio Vaticano
Cidade do Vaticano (RV) – 20 de junho é o dia dedicado pelas Nações Unidas aos Refugiados. O Papa Francisco mencionou esta recorrência em seu encontro dominical (19/06) com os fiéis.
O Pontífice recordou que o tema do Dia Mundial do Refugiado deste ano é “Com os refugiados. Estamos do lado de quem é obrigado a fugir”. 
“Os refugiados são pessoas como nós, porém a guerra tirou deles casa, trabalho, parentes e amigos. As suas histórias e seus rostos nos convidam a renovar o compromisso para construir a paz na justiça. Por isso, queremos estar com eles: encontrá-los, acolhê-los, ouvi-los para nos tornar juntos artesãos da paz, segundo a vontade de Deus”.
O número de pessoas deslocadas por motivos de conflitos e perseguições em todo o mundo chegou a 65,3 milhões no final de 2015, de acordo com um relatório da ONU apresentado nesta data. 
Este total inclui refugiados, deslocados internos e requerentes de asilo e é considerado um recorde pela agência da ONU para Refugiados, o ACNUR. 65,3 milhões de pessoas é mais do que a população do Reino Unido, da França ou da Itália.

Dentre os eventos promovidos para marcar esta data, um dos mais ressonantes é a campanha da ONU em que cerca de 60 celebridades aparecem ao lado de refugiados de vários países, solicitando apoio a essa população – o maior número desde a Segunda Guerra Mundial.
União

"Nós estamos juntos com os refugiados. Por favor, junte-se a nós". Este é o pedido feito no vídeo pelo Secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon; pelos atores Ben Stiller, Cate Blanchet, Helen Mirren, Scarlett Johansson, e a brasileira Bruna Marquizine; pelo arcebispo anglicano Desmond Tutu; pelo cantor Juanes, entre outros famosos.
O objetivo é garantir o maior número possível de assinaturas em uma petição que pede aos governos mais ação em prol das pessoas que são forçadas a se deslocar por causa de guerras e de conflitos.
Pessoas Comuns
Antes do lançamento da campanha, o porta-voz do ACNUR no Brasil, Luiz Fernando Godinho, falou com a Rádio ONU, de Brasília, sobre a iniciativa:
"É uma campanha que traz uma série de histórias individuais de refugiados ao redor do mundo. Mostra que os refugiados são pessoas como eu, como você, como os ouvintes da Rádio ONU. São pessoas que tiveram que passar por situações extremas, que vivem momentos difíceis, mas que estão reconstruindo suas vidas com seus sonhos e seus objetivos".
Direitos
Segundo Luiz Fernando Godinho, a petição pode ser assinada por qualquer pessoa na internet, com um apelo para que todas as crianças refugiadas tenham acesso à educação e todas as famílias sejam abrigadas em locais seguros. 
A petição será entregue aos líderes mundiais na Assembleia Geral da ONU antes da Reunião de Alto Nível sobre Refugiados e Migrantes, que ocorre na organização em 19 de setembro.
Refugiados no Brasil
Dados atuais do Comitê Nacional de Refugiados (Conare), do Ministério da Justiça brasileiro, indicam que nosso país abriga 8.731 refugiados de 79 nacionalidades diferentes, sendo 2.252 sírios.
O Brasil sempre teve um papel pioneiro e de liderança na proteção internacional dos refugiados. Foi o primeiro país do Cone Sul a ratificar a Convenção relativa ao Estatuto dos Refugiados de 1951, no ano de 1960. Foi ainda um dos primeiros países integrantes do Comitê Executivo do ACNUR, responsável pela aprovação dos programas e orçamentos anuais da agência.
O refugiado dispõe da proteção do governo brasileiro e pode, portanto, obter documentos, trabalhar, estudar e exercer os mesmos direitos que qualquer cidadão estrangeiro legalizado no Brasil que possui uma das legislações mais modernas sobre o tema (lei 9474/97).

(CM-ONU-agências)

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